Como escapar das mentiras nos reviews de produtos

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Não bastassem as fake news, pretensas notícias que não têm um pingo de verdade, nos últimos anos lidamos também com reviews falsificados, ou seja, avaliações de produtos e serviços que nos animam a fazer uma compra. É lamentável que isso ocorra, mas a tendência é que estas mentiras se multipliquem. Logo, temos de aprender a confiar desconfiando das postagens das lojas, ao menos até que haja alguma certificação independente deste tipo de postagem.

Para não comprar gato por lebre, como se dizia antigamente, a primeira recomendação é cruzar informações. Há que desconsiderar, também, comentários muito elogiosos, pois não é comum que um consumidor gaste seu tempo para reverenciar um produto.
Avaliações vagas – “É muito bom!”, “Excelente custo-benefício” – não nos ajudam a definir, por exemplo, qual o melhor refrigerador, smartphone, lavadora de roupas ou forno de micro-ondas. Por isso, é fundamental consultar rankings de reclamações, como as que o Procon divulga em seu site.

Também há que consultar sites de reclamações e notícias sobre os itens que nos interessem. Uma simples busca com as palavras “problema”, tipo e nome do produto já pode localizar queixas de compradores insatisfeitos.

Meios de comunicação também costumam publicar matérias sobre golpes, produtos com defeito, falhas na entrega e ineficiência no atendimento ao consumidor. Pesquise. Além disso, converse com conhecidos em seus grupos de WhatsApp, Facebook e outras redes sociais. É possível que já tenham enfrentado dificuldades com as mesmas lojas ou com determinada marca ou modelo de equipamento, instrumento, acessório, ferramenta etc.

Se for mais desconfiado, vá até uma loja física e dê uma boa olhada no produto antes de comprá-lo. Converse com o vendedor, pergunte, esclareça suas dúvidas. Também despenda uns minutos e leia o manual, normalmente disponível na Internet.

Outro bom indicador de produtos confiáveis são os selos como o Procel (do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica); Anatel (da agência reguladora de telecomunicações, para evitar a compra de produtos contrabandeados). Inmetro (para itens como adaptadores de plugues e tomadas, artigos escolares, berços infantis etc.); Abrinq (reconhece empresas que façam ações sociais para a promoção e defesa dos direitos das crianças e adolescentes, de zero a 18 anos).

Como há muitos selos e certificações, é mais fácil consultar as informações sobre eles e avaliar sua importância para segurança, garantia de procedência, consumo de energia, proteção da infância e do meio ambiente.

Por último, se comprar em loja virtual, guarde o número do protocolo e todos os e-mails que confirmem o negócio, as características do produto e a data de entrega. E lembre-se: compras pela Internet em empresas localizadas no exterior não são amparadas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), além de sujeitas à tributação.

Maria Inês Dolci

in Folha de São Paulo

29.05.2019

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