
Relatório da ONU apresenta situação actual dos ODS
Apesar de se verificarem melhorias na vida de milhões de cidadãos, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ainda estão longe de conseguir cumprir a meta da Agenda 2030. “Não deixar ninguém para trás” muito aquém da realidade a 5 anos do fim do prazo da Agenda.
10 anos depois da implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram a 10.ª edição do seu relatório anual de progresso, Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2025. Este documento, uma avaliação rigorosa dos ODS em todo o mundo, tem de ser cuidadosamente analisado e visto como um forte apelo à ação mundial.
A CONSUMARE, organização que sempre se preocupou e divulgou com regularidade informação e conteúdos relativos aos ODS, lamenta o facto de, muito dificilmente, se conseguir em 2030 alcançar os ODS. Sabemos que, e segundo este relatório, milhões de vidas melhoram , com avanços na saúde, educação, energia e conectividade digital, mas somente 35% das metas estão no caminho certo ou a fazer progressos moderados, enquanto quase metade avança demasiado lentamente e 18% regrediram.
António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que “Estamos perante uma emergência de desenvolvimento, (…) Mas este relatório é mais do que uma fotografia do presente. É também uma bússola que aponta o caminho para o progresso. Este relatório mostra que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ainda são alcançáveis. Mas só se agirmos – com urgência, unidade e determinação inabalável.”

Conheça os progressos alcançados e elencados neste relatório:
- As novas infeções por VIH diminuíram quase 40% desde 2010.
- A prevenção da malária evitou 2,2 mil milhões de casos e salvou 12,7 milhões de vidas desde 2000.
- A proteção social abrange agora mais de metade da população mundial, um aumento significativo face à década anterior.
- Desde 2015, mais 110 milhões de crianças e jovens entraram na escola.
- O casamento infantil está em declínio, com mais raparigas a permanecerem na escola e mais mulheres a ganharem espaço nos parlamentos.
- Em 2023, 92% da população mundial tinha acesso à eletricidade.
- O uso da internet aumentou de 40% em 2015 para 68% em 2024, desbloqueando o acesso à educação, emprego e participação cívica.
- Os esforços de conservação duplicaram a proteção de ecossistemas-chave, contribuindo para a resiliência da biodiversidade global.
O relatório aponta, também, desafios que têm travado o progresso:
- Mais de 800 milhões de pessoas ainda vivem em pobreza extrema.
- Milhares de milhões continuam sem acesso a água potável, saneamento e higiene.
- As alterações climáticas fizeram de 2024 o ano mais quente já registado, com temperaturas 1,55°C acima dos níveis pré-industriais.
- Os conflitos causaram quase 50.000 mortes em 2024. No final do ano, mais de 120 milhões de pessoas estavam deslocadas à força.
- Os países de baixo e médio rendimento enfrentaram custos recorde de serviço da dívida, no valor de 1,4 biliões de dólares em 2023.
É urgente que se actue em seis áreas prioritárias onde o esforço intensificado pode gerar impacto transformador: sistemas alimentares, acesso a energias, transformação digital, educação, emprego e proteção social, e ação climática e pela biodiversidade. Urge, também, se os governos e seus parceiros implementem o Quadro de Ação de Medellín, adoptado no Fórum Mundial de Dados da ONU de 2024, reforçando-se os sistemas de dados essenciais ao desenvolvimento de políticas eficazes.
Fonte: website das Nações Unidas